O amor acontece... e deixa de acontecer
O amor acontece quando quer, sem dar ouvidos a pedidos humanos, talvez porque apenas obedeça a ordens superiores, ou porque esteja convicto daquilo que está fazendo.
Alguém diz algo agradável e o amor acontece. Alguém diz um absurdo e o amor acontece. Alguém não diz nada e o amor acontece. Alguém canta o amor e ele acontece. Ninguém está à espera e o amor acontece.
Numa manhã meio nublada de uma data sem importância, em pleno sol de Domingo, no dia da padroeira, debaixo de um temporal, em qualquer estação do ano, nas margens do Tietê, do Capibaribe, ou do Sena, não importa a ocasião, é no coração que o amor acontece.
Na teimosia de uma tarde no escritório, no meio de uma reunião, de uma ligação, de um cafezinho, acontece o amor vir para enxotar o tédio e trazer a noite às pressas.
Entre dois adolescentes que ficam juntos numa festa, sem nenhum planeamento prévio, o ‘ficar’ vai ficando premente, e o amor exige um namoro.
E continuo…
O amor também deixa de acontecer, no meio de um banho, num passeio pela rua, ou num olhar não mais recíproco, o coração já não saltita da boca quando sente o cheiro e os passos. O amor também vai embora. Sim, não a paixão, mas o amor! Todo aquele encantamento, deslumbramento, um dia se esvai no meio de tantas e tantas coisas. O amor acaba, muitos dirão o contrário, mas afirmo que ele também se despede e segue o seu caminho.
Autor Adriana Falcão
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