Só amar elimina o veneno
O veneno da passagem dos dias, da passagem do tempo, da passagem da esperança.
Quando não se ama a vida é apenas a esperança a passar.
A minha, enquanto te tiver como meu, não passa. Sou uma esperançada crónica: aqui fica uma bela declaração de amor. Faz com ela o que quiseres, mas nunca deixes de me querer.
Quando pudermos vamos dar as mãos ao acordar, dar as mãos ao deitar. Basta dar as mãos para tudo valer a pena, já viste? A tua mão na minha e estou pronta para voar. Um dia vamos percorrer o mundo debaixo dos lençóis, prometo. É para isso que existem os corpos: para viajar. Quem nunca amou nunca saiu do sítio. E há tantas pessoas que precisam de fazer quilómetros para se mexer, coitadas.
Sou do lugar onde te amo. Sou do lugar onde sou amada. Pode ser pobre, pode ser poucochinho, pode ser exíguo. Mas é o lugar que me ocupa. O nosso lugar.
Quando acordar vou dizer-te isto tudo, prometo. Para já vou apenas olhar-te dormir. Consumir-te com o olhar. Entender que quando te pousas em mim te pousas completo, sem uma parte de ti desassossegada.
Por: Pedro Chagas Freitas, in 'Pometo Amar'
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