Química...
Química: s.f.: Aquilo que só acontece entre duas pessoas que, mesmo sem querer, se querem. O mesmo que felicidade involuntária.
A infelicidade é a ausência de abismo – e o abismo em si mesmo.
Hoje quis tentar a imortalidade com um beijo. Consegui o beijo mas já o esqueci. Dás-me outro, por favor?
Ferif era um homem normal: sonhava ser feliz e tudo o que fazia para o ser era sonhá-lo.
O sonho não muda o mundo; o mundo é que muda o sonho.
Até que um dia Ferif encontrou Uillia, uma mulher como todas as outras, e ainda assim uma mulher diferente de todas as outras.
O encontro entre quem passa a vida a sonhar e quem se esqueceu de sonhar costuma resultar numa realidade explosiva.
Ao lado do café onde se viram pela primeira vez houve mesmo uma explosão. Não houve feridos mas houve mortos. De amor.
Ferif disse: tens uma palavra escondida atrás da orelha.
Se escrever é uma espécie de magia, mágico é também aquele que tira palavras da cartola. E da parte de trás da orelha também, claro.
Uillia sorriu: queres tirar-ma com a mão ou preferes com a boca?
A ousadia de uma mulher apaixonada não é ousadia nenhuma; é amor.
O amor permite tudo e mais alguma coisa. Se o amor pára perante as barreiras a única barreira é não haver amor. A única barreira intransponível para o amor é a sua ausência.
Quem ama não teme; só ama.
Ferif disse: em tua casa ou na minha.
E depois acrescentou: não é uma pergunta, lamento. É uma ordem.
Em tua casa ou na minha, repetiu.
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