Em tempos conheci alguém que tinha o hábito de imaginar diálogos. Dizia que usava essa estratégia para se preparar para os diálogos reais… Sem darmos por isso, criamos o hábito de imaginar um diálogo, não raras vezes negativo, seja com pessoas da família ou com estranhos, com tanta exactidão como se estivéssemos a representar uma peça de teatro. Definimos as perguntas e as respostas que achamos que nos vão fazer e dar e, com os receios e medos, vamos criando enormes confusões. A razão pela qual se vive a confusão resulta, exactamente, da comunicação indirecta, do dito-pelo-não-dito, da utilização do ‘intermediário’ quando não se tem a coragem (ou vontade) de falar abertamente. Na realidade falar abertamente não é para todos! Estas atitudes que semeiam a confusão têm a ver com comportamentos manipuladores, controladores e só podem dar como resultado a discussão, os mal-entendidos, as mágoas e o sofrimento que, na verdade, à partida se desejava evitar....